Sindiquímicos Guarulhos promove oficina Segurança, Prevenção em Máquinas Injetoras e Sopradoras de Plásticos

Luís Alberto Alves/Comunicação CNTQ

of.sind.gru-3No dia (11/05), o Sindiquímicos Guarulhos, promoveu em seu salão de eventos a Oficina Segurança, Prevenção em Máquinas Injetoras e Sopradoras de Plásticos. O presidente do Sindiquímicos e da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico), Antonio Silvan Oliveira, destacou como ponto principal manter a integridade física do trabalhador.

“Nossa proposta é lançar a campanha de respeito e cumprimento da Convenção Coletiva prevacionista dos equipamentos de injetoras plásticas. Atualmente estamos inspecionando diversas empresas de forma preventiva, com a intenção de evitarmos acidentes. Temos de pensar numa política nacional de punição aos responsáveis por acidentes de trabalho. Os químicos, através da Fequimfar (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Est. de SP) são pioneiros neste tipo de prevenção por meio do nosso departamento de Saúde, Segurança e Meio Ambiente”, frisou

Silvan ressaltou que nenhum empregador contrata funcionário visando deixá-lo mutilado ou retirar sua vida. Para tanto, segundo ele, é necessário que o Sesmt (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) deve ter autonomia de atuação, sem qualquer tipo de pressão sobre os responsáveis por este tipo de função.

of.sind.gru-4Essa observação foi aprovada pelo médico Marco Antonio Gomes Pérez, diretor do departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério do Trabalho e Previdência Social, que abordou “As Novas Regras para a Realização das Perícias Médicas no Sistema Único de Saúde”. “É elogiável a postura do presidente do sindicato dos Químicos, porque teremos um Sesmt livre da pressão do empregador”, observou.

Ele disse que o Brasil, apesar das deficiências, avançou muito nas questões previdenciárias após a promulgação da Constituinte de 1988, quando foi criado o SUS (Sistema Único de Saúde) e o trabalhador acidentado pode ser atendido pelo Estado, que não ocorria antes desta data. “A Constituinte colocou a saúde do trabalhador sob responsabilidade do Estado, assim como o meio ambiente no interior da empresa e parte previdenciária”, descreveu.

Outro avanço foi a sanção da Lei 8.213, cujo anexo 5 apresenta a lista de doenças relacionadas ao trabalho. “A lista A relaciona o agente de exposição com o diagnóstico, de forma bem ampla; a lista B traz informação sobre doenças ocupacionais provocadas pelas péssimas condições de trabalho e lista C apresenta o nexo previdenciário mostrando as diferenças de se contrair determinadas doenças de acordo com o segmento profissional onde o empregado exerce suas funções”, disse.

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Edson Bicalho, João Scaboli, João Pedro, Antonio Silvan e Nelson Agostinho 

O dr. Marco Antonio destacou que outra grande ferramenta foi a criação do CID (Classificação Internacional de Doença) que analisa a probabilidade de se adquirir determinadas enfermidades quando se atua numa atividade profissional. “Por lei associamos o surgimento daquela doença por causa do exercício daquela função, com o empregador sendo obrigado a provar o contrário, diante dos laudos elaborados pela perícia médica”, explicou.

O secretário-geral do Sindiquímicos Guarulhos e diretor de Assuntos Previdenciários da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico), Antonio Cortez Morais, enfatizou que o SAT (Seguro de Acidentes de Trabalho) e FAP (Fator Acidentário de Prevenção), que estão presentes num grupo de trabalho do Conselho Nacional da Previdência Social, visa aculturar empresas e empregados para melhorar as condições de trabalho. “As duas partes precisam ter conhecimento do assunto, investindo em saúde e segurança do trabalhador, colocando em prática o conteúdo das convenções coletivas visando melhorar o ambiente de serviço. Se precisarmos de ajuda, iremos recorrer ao poder público”, afirmou.

O secretário-geral da Fequimfar (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Est. de SP), Edson Bicalho, disse que a vida tem maior valor do que o emprego, por que ao se perder a vida, não há meios de recuperá-la, já um posto de trabalho é possível encontrar outro. “Mais greve que a vítima de um acidente deste tipo, dependendo da gravidade é ignorada pela sociedade. Portanto precisamos avançar muito nesta discussão”, criticou.

of.sind.gru-1O coordenador geral de Política de Seguro Contra Acidentes do Trabalho e Relacionamento Interinstitucional, Paulo César Andrade de Almeida palestrou a respeito do tema “Acidente de Trabalho e as Alíquotas do SAT e FAP paras as Empresas”, até a década de 1960 não havia seguro de trabalho como existe atualmente, estatizado nas mãos da Previdência Social. “Curioso é o que ocorre com as aposentadorias especiais, reconhecida apenas por 1,7% das empresas, com o trabalhador recorrendo à Justiça para obter esse direito”, enumerou.

Ele frisou que o SAT adota a teoria Perigo x Teoria do Risco. “Nem tudo que é perigoso é arriscado. Uma coisa é ocorrência de acidente, outra é gerar despesa previdenciária, visto que a legislação previdenciária e a trabalhista têm enfoque diferentes, explicando porque o Seguro de Acidente do Trabalho tem enfoque previdenciário”, disse.

Antes da criação do FAP (Fator Acidentário de Prevenção) as empresas eram tratadas igualmente. “Agora mudou, porque a repercussão de um acidente de trabalho numa empresa provoca impactos. É preciso entender que não é só reduzir a quantidade de acidentes, mais diminuir a gravidade e o tempo que o acidentado fica longe do trabalho. Hoje, o FAP é elaborado por estabelecimento, pois a saúde do trabalhador precisa ser vista no local onde ele presta serviço”, finalizou.

O evento teve a participação de diretores dos sindicatos dos Metalúrgicos de Guarulhos (SP), do Stap/Guarulhos (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública, diretoria do Sindiquímicos Guarulhos e do coordenador do departamento de Saúde da Fequimfar e membro do Conselho Nacional de Saúde pela Força Sindical, João Donizeti Scaboli.

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