Reunião de diretoria da CNTQ faz radiografia do Brasil neste segundo semestre
Luís Alberto Alves/Comunicação CNTQ
Não é novidade de que neste segundo semestre, a maioria das entidades sindicais enfrentaram dificuldades em diversas áreas, principalmente com inúmeras demissões, negociações difíceis, com empregadores, na maioria dos casos, utilizando a crise econômica e política para oferecer reajustes abaixo do INPC ou parcelando, e mantendo as cláusulas sociais e econômicas após várias mobilizações dos trabalhadores. Esses itens foram discutidos na reunião de diretora da CNTQ, em 29 de novembro, na sede da Fequimfar em SP.
Exemplo disso aconteceu na Bahia, com a categoria dos trabalhadores nas indústrias da borracha que fizeram 22 dias de greve na Pirelli. Segundo o presidente do Sindborracha e secretário internacional de Relações Internacionais da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico), Jackson Crispim Ramos, a Pirelli demitiu alguns funcionários por justa causa e outra grande quantidade sem justa causa, para acabar com a greve.
O secretário regional Sul da CNTQ, João Sérgio Ribeiro, e o secretário de Saúde, Segurança, Medicina do Trabalho e Meio Ambiente, Joel Bittencourt, também passaram a uma radiografia dos problemas que a categoria química enfrentou em Santa Catarina, com alguns setores cortando funcionários, que foi o caso da CRW, que demitiu em Guarulhos (SP) e repetiu a mesma prática em Santa Catarina, com o sindicato batendo forte para garantir o pagamento das verbas rescisórias.
O presidente da Ferquimfar, do Rio de Janeiro, Isaac Wallace de Oliveira, passou um breve relato a respeito das dificuldades enfrentadas pela categoria naquele Estado. Ele agradeceu o apoio da CNTQ, da Força Sindical/SP e Força Sindical/RJ na realização do curso de formação sindical para dirigentes de sindicatos do Estado do Rio de Janeiro, realizado na colônia de férias do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Borracha do Rio de Janeiro. Wallace também comentou a respeito de extensão de base da Ferquimfar.
O presidente da Força Sindical Minas Vandeir Alves Messias, explicou que, como ocorreu em várias regiões do Brasil, os químicos enfrentaram dificuldades na campanha salarial e amargaram inúmeras demissões, com muitas delas os sindicatos precisando entrar na Justiça do Trabalho para garantir pagamento de verbas rescisórias.
No Centro-Oeste, o secretário regional Alcemir Remelli explicou que os empresários do setor do etanol endureceram na bancada de negociação para atender as reivindicações dos trabalhadores. Só após mobilização e assessoria econômica e jurídica da CNTQ foi possível não deixar a categoria sem dinheiro no bolso.
A presidente do Stiquifar de Uberaba e secretária de Formação Sindical e Profissional da CNTQ, Maria das Graças Batista Carriconde, relatou os problemas que enfrentou nas empresas que ofereceram reajustes que não eram bons para os trabalhadores e sindicatos.
O 1º tesoureiro da CNTQ e presidente do Sindicato dos Químicos e Farmacêutico de Colorado (PR), Vander de Oliveira Campos, como os demais membros da diretoria executiva da confederação, também enfatizou as dificuldades que enfrentou neste ano durante as campanhas salariais e demissões na categoria.
Foi proposto durante a reunião, que em 2017, cada região que tem diretor na CNTQ, enviará um representante a Brasília, para fazer um corpo a corpo no Congresso Nacional, na visita aos gabinetes de deputados e senadores para pegar Projetos de Leis no início da tramitação, visando impedir o avanço de propostas que prejudiquem conquistas dos trabalhadores.