Reunião da CNTQ em Praia Grande (SP) aborda diversos temas

Propôs que a comunicação sindical precisa questionar mais, não simplesmente copiando o que a grande imprensa publica

Luís Alberto Alves/Comunicação CNTQ

Na reunião de diretoria, realizada nesta quarta-feira (31) na colônia de férias do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Borracha de SP, diversos temas foram abordados, principalmente a participação de várias entidades na Marcha a Brasília em 24 de maio, além de nova postura dos sindicatos diante da crise econômica e política e do mapeamento dos políticos de cada região visando a próxima eleição, assim como a publicação  das fotos de parlamentares que apoiam os trabalhadores e os que são prejudiciais ao sindicalismo.

O presidente da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Químico) e do Sindiquímicos Guarulhos, Antonio Silvan Oliveira, reiterou que cada sindicato filiado à confederação publique um jornal retratando a realidade do que ocorreu, de fato, nesta manifestação, inclusive destacando várias fotos. “Precisamos fazer isto, porque as informações que chegam aos trabalhadores é a versão dos telejornais, pintando uma imagem negativa do sindicalismo”, disse. Destacou que a linha editorial da imprensa sindical precisa sofrer mudanças, desconstruindo o discurso governamental.

Ele enfatizou que o ramo químico realiza diversas ações em prol do trabalhador, mas é importante aumentar a participação em ações junto ao Poder Legislativo, principalmente no âmbito municipal. “Precisamos fazer essa propaganda positiva. Nunca podemos nos esquecer de que existem autoridades realizando treinamento para combater o movimento sindical”, frisou.

Propôs que a comunicação sindical precisa questionar mais, não simplesmente copiando o que a grande imprensa publica. “É importante destacar o trabalho social realizado pelos sindicatos nas empresas e na sociedade, mostrando o impacto dos acidentes de trabalho e a precarização das condições em que este serviço é realizado”, argumentou. Alertou que a grande imprensa continuará criticando os sindicatos e se calando diante das reformas do governo.

Postura

O presidente da Feprovenone, Fernando Ferreira, eleito nesta reunião secretário regional Nordeste da CNTQ, sugeriu uma postura mais rígida das entidades sindicais em relação às medidas adotadas pelo governo Michel Temer. “Neste caso, as centrais sindicais precisam agir mais rápido para evitar aprovação de projeto de leis prejudicais ao trabalhador”, disse. A Feprovenone se filiou à CNTQ, juntamente com mais 35 sindicatos dos propagandistas, propagandistas-vendedores e vendedores de produtos farmacêuticos.

Já o 3º vice-presidente da CNTQ, Francisco Carlos Queiróz, lembrou em relação à Marcha a Brasília, que os manifestantes deveriam entrar à força no Congresso Nacional, porque na base do diálogo os problemas não são solucionados. Mesma postura teve o presidente da Ferquimfar e secretário-geral da Força Sindical RJ, Isaac Wallace de Oliveira, que levou 800 trabalhadores de várias categorias a Brasília no dia 24 de maio. “Não há outra alternativa para barrar as propostas do governo. A direita não entregará nada à esquerda. O regime usará o Judiciário para retirar o pouco que ainda tem no sindicalismo brasileiro”, criticou.

O secretário da Juventude da CNTQ, Ednaldo Pedro Antonio, na condição de presidente de sindicato em Santa Catarina, alertou para a perda de credibilidade das entidades junto às bases. “Nas fábricas, os trabalhadores questionam o papel dos sindicatos. É preciso realizar várias mudanças”, explicou.

O secretário regional Sul da CNTQ, João SérgioRibeiro, criticou a quantidade de carros de som na manifestação em Brasília, desafinando no discurso. “Como CNTQ devemos sentar para conversar profundamente a respeito das medidas adotadas pelo governo Michel Temer contra o sindicalismo brasileiro. É necessário criar um programa para reverter tudo isso”, afirmou.

Karl Marx

O 2º vice-presidente da CNTQ e da Ferquimfert/MG, Carlos Cassiano, lembrou que o sindicalismo tem um dever de casa a fazer, visto que os trabalhadores atualmente não têm noção da luta de classe, como destacou Karl Marx no passado. “Ao retirar a saúde financeira dos sindicatos, o governo procura nos destruir. Precisamos reforçar a defesa desses direitos nas portas das fábricas”, disse.

O 1º vice-presidente da CNTQ e presidente da Ferquimfars, Larri dos Santos, criticou a partidarização da Força Sindical no Rio Grande do Sul, além de o partido Solidariedade integrar a base do governo Michel Temer. “É muito ruim a burocracia, principalmente no Fórum Sindical dos Trabalhadores, além de reforçar que o sindicato surge de baixo para cima. Caso a reforma trabalhista passe, será o nosso fim”, frisou. Segundo ele, os sindicatos precisam estar presentes todos os dias nas portas das fábricas.

O secretário da Saúde, Segurança, Medicina do Trabalho e Meio Ambiente, Joel Bittencourt, disse que a delegação de Santa Catarina ficou angustiada de ir até Brasília e não fazer nada, diante do pequeno número de policiais contra 150 mil manifestantes.

O secretário regional Sudeste da CNTQ, Antonio Mendes Neto, o Toninho, lembrou também da grande quantidade de manifestantes em Brasília e da importância dos sindicatos para as federações, confederações e centrais. “Não podemos nos esquecer de que o projeto original da reforma trabalhista era bem diferente do atual modelo votado na Câmara e agora no Senado”, destacou. Lembrou que mesmo sem popularidade, o governo aprova suas medidas.

Responsabilidades

O secretário regional Centro-Oeste, Alcemir Remelli, lembrou que é preciso pedir mais direitos trabalhistas, pois o governo fala algo no noticiário e depois muda tudo. “Hoje mil pessoas dominam toda a população do Brasil, através do congresso nacional e STF”, comparou.

O tesoureiro da CNTQ e presidente da Força Sindical SP, Danilo Pereira da Silva, destacou que na véspera da manifestação ainda não se sabia o local para estacionar os ônibus e horário para iniciar e terminar a marcha. “Não é fácil organizar oito centrais sindicais por causa de suas características, mas caso houvesse uma tragédia com a invasão ao Congresso, elas seriam responsabilizadas”, disse. Frisou que cada entidade tem sua função e o momento atual é de grande reflexão. “Nem tudo está perdido, precisamos ouvir para nos fortalecer mais”, argumentou.

O segundo tesoureiro da CNTQ e presidente do Sindicato dos Químicos de Colorado, Vander de Oliveira Campos, enalteceu o papel das lideranças sindicais e a falta de educação sindical do trabalhador. “Precisam saber que os sindicalistas são seus representantes legais. A cabeça do trabalhador ainda não entendeu o momento atual”, afirmou.

A secretária de Formação Profissional e Sindical, e presidente do Sindicato dos Químicos de Uberaba, Maria das Graças Batista Carriconde, recordou das ações realizadas pelo Ministério Público contra os sindicalistas. “Nós em Uberaba fazemos trabalho de base, porque sem ela não se conquista nada. O trabalho sindical vai voltar ao passo de lutas. Com ou sem dinheiro precisamos fazer o trabalho de base”, argumentou.

O secretário de Gênero, Raça e Etnia, Heitor Danilo Apipe, criticou a repressão policial em Santos (SP) contra sindicalistas, além de destacar o protesto  que os químicos da Baixada Santista fizeram na porta do prédio onde mora o deputado federal Beto Mansur.

A CNTQ ganhou novos filiados: o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Borracha de Manaus, Sindicatos dos Propagandistas, Propagandistas-Vendedores e Vendedores de Produtos Farmacêuticos do Vale do Paraíba (SP), além da renúncia, por motivo de saúde, do secretário de Relações Internacionais, Jackson Crispim Ramos, e também do conselheiro fiscal, Manoel Paulo dos Reis e a perda do mandato do secretário regional Nordeste, Carlos Alberto Mota.

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