Quanto menor a educação financeira, maior probabilidade de ficar inadimplente

 Luís Alberto Alves/Comunicação CNTQ
Pesquisa do MPCC-ESPM demonstra que a probabilidade dobra, podendo triplicar devido a falta de educação financeira.
Uma primeira parte da pesquisa coordenada pelo Prof. Dr. Mateus Canniatti Ponchio e produzida pela Msc. Rafaela Almeida Cordeiro conseguiu demonstrar quão impactante é a relação entre a menor educação financeira e a maior probabilidade de inadimplência do consumidor. “Entre grupos de pessoas com mesmo desejo de consumo, a probabilidade de inadimplência aumenta à medida que decresce o nível de educação financeira”, explicou Ponchio. Na primeira fase, a pesquisa foi realizada com 428 indivíduos residentes na cidade de São Paulo. Na segunda fase, que está em andamento e pretende pesquisar cinco capitais brasileiras, serão entrevistadas 1.000 pessoas. O foco desta primeira fase da pesquisa foram pessoas de classe C e, uma menor parcela, da classe B.

Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito – SPC, um quarto da população brasileira, cerca de 55 milhões de pessoas, estava inadimplente em outubro de 2014 e, em setembro de 2015, este número saltou para 57 milhões. Para piorar esta situação, as financeiras cobram taxas anuais acima de 200%. São pessoas entre 18 e 60 anos em sua maioria. “O Brasil não oferece amplo acesso a bens de qualidade, a população ganha pouco, não tem poupança e quer consumir, o que acaba formando um cenário perfeito para o crescimento da inadimplência”, ressalta o pesquisador. O professor destaca que faltam ações de conscientização e de educação financeira. “O consumidor de classe baixa não tem poupança e é muito vulnerável à perda de emprego. Se pode parcelar a compra, observa apenas o valor das parcelas que cabem no bolso”, disse o professor Dr. Ponchio.

Em função do endividamento destes consumidores de baixa renda, Ponchio passou a pesquisar a importância da educação financeira para que, mesmo tendo condições de consumo, este consumidor não se torne inadimplente. Para o professor, ações de conscientização de tomada de crédito são fundamentais. “Como as pessoas de baixa renda não têm reservas financeiras, elas ficam vulneráveis a vários eventos, tais como a perda de emprego, que rapidamente acarretarão na impossibilidade de elas quitarem suas dívidas”, afirmou. O professor acredita na possibilidade de incluir no currículo do Ensino Médio a educação financeira, como é o caso do Colégio Elvira Brandão que começou um processo de mudança cultural ao introduzir este tipo de educação.

 

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