Injustiça e Insensibilidade

Sergio Luiz Leite, Serginho Presidente da FEQUIMFAR e 1º secretário da Força Sindical
Sergio Luiz Leite, Serginho
Presidente da Fequimfar e
1º secretário da Força Sindical

*Sergio Luiz Leite, Serginho

O projeto de reforma da Previdência que o ministro chefe da Casa Civil afirma que o governo finalizou, reúne injustiça e insensibilidade, além de atropelar um processo de negociação que está em curso.

Para as mulheres, a proposta de estabelecer o direito à aposentadoria apenas aos 65 anos de trabalho é de extrema agressividade. Não levam em conta as especificidades femininas e ignora o fato, sabido de todos, de que as mulheres cumprem, ao longo da vida, jornadas duplas e triplas ao atuarem no campo profissional, no cuidado da família e na criação dos filhos. A iniciativa aponta para um governo que agride a figura central de toda a sociedade.

Em relação aos homens, o projeto atinge diretamente aqueles que estão perto de completar 50 anos de idade. São, em larga maioria, trabalhadores que começaram a trabalhar cedo e, portanto, já acumulam tempos de contribuição que variam entre 30 anos e 35 anos. Esse esforço é completamente desrespeitado na intenção de impedir a aposentadoria antes dos 65 anos de idade. Apresentada como foi, de cima para baixo, pela palavra de um ministro, o projeto atropela as negociações em curso, acirrando a oposição a ele entre os trabalhadores.

Um governo que se diz disposto ao diálogo não age desta maneira autoritária.

Com a responsabilidade de reunir 33 sindicatos de trabalhadores químicos e farmacêuticos, a Fequimfar se posiciona de maneira frontalmente contrária aos termos desse arremedo de reforma previdenciária. Ela é prejudicial ao Brasil e aos seus filhos. Da nossa parte irá demandar franca oposição. Estaremos juntos com as centrais sindicais no combate a esse projeto em todas as frentes em que a luta aconteça, dos nossos locais de trabalho ao Congresso Nacional.

A modernização da Previdência Social não tem relação com subtração de direitos, mas sim com a melhor administração dos recursos extraídos dos próprios trabalhadores. Em lugar de ser prepotente, o governo tem que ser competente. Não é o que estamos vendo.

*Sergio Luiz Leite, Serginho, é presidente da Fequimfar (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo), sendo também 1º Secretário da Força Sindical e membro do Conselho Deliberativo do FAT/MTE

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