Em momentos de turbulência deve prevalecer a temperança
*Antonio Silvan Oliveira
Não é novidade o clima de dúvidas que paira sobre o País. Tanto que nos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo virou rotina a troca de farpas. Porém, o importante é que os dirigentes sindicais fiquem atentos ao papel que desempenham na defesa dos direitos conquistados em prol dos trabalhadores.
O momento é de turbulência. Disto nunca tivemos dúvidas, mas devemos manter o foco. A nossa categoria química é especialista em trabalhar sob risco, principalmente porque em nosso dia a dia manuseamos produtos perigosos, onde um erro pode provocar danos irreparáveis.
Precisamos, em qualquer circunstância, respeitar o direito de o próximo poder divergir. Isto é natural e ajuda no processo democrático. São em momentos de turbulência que necessitamos de temperança para encontrarmos e construirmos o caminho da solução.
Todos nós somos adultos e temos o direito de participar da vida política partidária do País. Desde que essa postura não provoque danos à política diária. Precisamos nos respeitar cada vez mais. Sermos tolerantes.
Nunca devemos nos esquecer de algo importante que une todos nós: a luta sindical. Em nome da direção da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico), lamento tudo que está acontecendo, dos erros de pessoas que se comprometeram com a sociedade de fazer o Brasil crescer e nada disso aconteceu.
Assistimos a cada dia, grupos prestigiando o seu bloco político, em detrimento da nação. Mais uma vez, as pessoas que sonhavam com um Brasil melhor, sem tantas diferenças sociais e econômicas, estão decepcionadas.
É importante que a maioria das pessoas envolvidas neste processo de agitação política, onde algumas posam de guardiãs da honestidade, perceba que milhões de brasileiros não podem continuar reféns da incerteza, seja trabalhador ou empregador. Algo sensato, de comum acordo, precisa acontecer com urgência.
Seremos sempre favoráveis à tese de que o bem é maioria e na luta contra o mal, ele é o vencedor. Os brasileiros de várias regiões do País continuam ansiosos de ver concretizada a tão sonhada solução, de forma pacífica, onde o respeito de cada um deve ficar acima das vaidades de qualquer matiz.
Para meditação, não podemos deixar cair no esquecimento a tragédia que acometeu à cidade mineira de Mariana, onde a ganância do capital ignorou o respeito à vida e passados alguns meses, a população daquela localidade ainda sente na pele os efeitos daninhos de quando o lucro a qualquer custo ignora o respeito ao ser humano.
*Antonio Silvan Oliveira é presidente da CNTQ e do Sindiquímicos Guarulhos