É preciso ampliar os direitos dos trabalhadores, não retirá-los

Antonio-Silva
Antonio Silvan Oliveira

 

O ano de 2015 começou quente…para o trabalhador. Não são mais novidade as medidas econômicas tomadas pelo governo, inclusive subindo a taxa de juros para 12,25% ao ano. Esse cenário colocou setores produtivos da indústria em alerta. Infelizmente a alta da Selic só ajuda o sistema financeiro e os especuladores. Para complicar a situação, os investidores enfrentam grande crise nos setores hídrico, elétrico e infraestrutura.

Seríamos ingênuos, caso acreditássemos que o Copom (Comitê de Política Monetária) não promovesse a elevação dos juros para atender interesses dos bancos e sistema financeiro. O grande problema é que as decisões tomadas na esfera econômica impactam na produção, consumo e emprego, provocando redução do crédito e desestímulo à economia.

Nos últimos dias a imprensa publicou várias reportagens informando que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, teria tomado algumas decisões para tentar arrumar o barco das finanças públicas sem o aval da presidente Dilma Rousseff. Não é verdade. Ele obedeceu às ordens dela, afinal de contas quem ocupa o cargo maior desta nação tem autonomia para determinar tarefas, visando à melhoria do País em vários segmentos.

Fiquei surpreso com as medidas determinadas pela presidente, que durante campanha eleitoral nos garantiu que não faria nenhum ajuste econômico retirando direitos adquiridos dos trabalhadores. Infelizmente alguns políticos prometem algo quando buscam a eleição ou reeleição e ao chegar ao poder se esquecem dos compromissos assumidos perante o trabalhador.  Ressalto, porém, que o projeto de governo da presidente Dilma ainda é melhor do que o apresentado pela oposição.

As recentes Medidas Provisórias, 664 e 665, demonstram que o governo, para ajustar a economia, se esqueceu da importância do trabalhador na geração de riquezas neste País. É só pegarmos as mudanças no Abono-Salarial, Seguro-Desemprego, Auxílio-Doença, Pensão por Morte e Seguro-Defeso.

Lembro-me do deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ): antes de conquistar a presidência da Câmara, garantiu ao movimento sindical que o trabalhador não pagaria a fatura em futuros ajustes promovidos pelo governo. Após três encontros com a presidente Dilma, ele já mudou de postura, justificando que o Brasil precisa sofrer mudanças em sua política econômica. Espero que o Congresso Nacional tenha sensibilidade e promova alterações para garantir direitos dos trabalhadores, não retirá-los.

*Antonio Silvan Oliveira é presidente da CNTQ e do Sindiquímicos Guarulhos.

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