Para as sindicalistas, Dia Internacional da Mulher é uma data de reflexão

Luís Alberto Alves/Comunicação CNTQ

Na atual crise em que atravessa o Brasil, não há motivos para se comemorar o Dia Internacional da Mulher, quando existe a ameaça de aumentar para 35 anos, o tempo de contribuição para trabalhadoras do sexo feminino se aposentarem em mais outra reforma da Previdência.

Elizabeth: “Nesta crise, o salário da mulher ajuda a completar a renda da casa”

 

“O momento é difícil, principalmente numa época de crise, quando a mão de obra masculina acaba sendo mais valorizada do que a nossa. Por outro lado, hoje não espaço para mulher estilo Amélia, só apegada aos afazeres domésticos. Nós ajudamos a complementar a renda de uma casa”, reconhece a secretária da Mulher da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico), Elizabeth Soares de Melo, e também secretária da Mulher na Femquifert/MG (Federação Mineira dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Plásticas, Farmacêuticas e de Fertilizantes de Minas Gerais).

Maria das Graças Batista Carriconde (2)
Graça: “A mulher precisa ser o agente da transformação e ocupar mais espaço nesta sociedade”

 

 

 

Para a secretária de Formação Profissional e Sindical da CNTQ e presidente do Stiquifar (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Álcool, Plásticos, Cosméticos, Fertilizantes, Químicas e Farmacêuticas de Uberaba), Maria das Graças Batista Carriconde, todo dia é dia das mulheres. “Precisamos ocupar cada vez mais o nosso espaço e sermos cada vez instrumentos de transformação dessa sociedade, passando por cima de todas essas dificuldades”, disse.

 

Vilma Pardinho: “Não há motivos para comemoração”

 

 

“Com a elevada taxa de desemprego e ameaça de retiradas de nossos direitos conquistados através de muita luta, não vejo motivo de comemoração”, disse a sindicalista Vilma Pardinho, diretora do Departamento Social e da Mulher do Sindiquímicos Guarulhos e 1ª secretária de Política para Criança e Adolescente da Força Sindical.

 

Maria: “Não vejo motivo para comemoração, pois estão tentando retirar os nossos direitos”

 

 

 

A mesma opinião tem a presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Instrumentos Musicais e de Brinquedos do Est. de SP, Maria Auxiliadora dos Santos. “Esse dia é de reflexão. Lutamos há muitos anos para garantir direitos que agora pretendem retirar. É um absurdo, mesmo com o mesmo nível de escolaridade, na mesma função, a mulher ganha menos do que os homens”, enfatizou.

 

 

Marly: “A mulher é o alicerce da nossa sociedade”

 

 

Na avaliação da segunda secretária da CNTQ e presidente do Sindqfanapolis (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químico/Farmacêuticas e Plásticas de Anápolis-GO), Marly Alves Chaveiro, a mulher é a base da família, principalmente neste momento de crise. “Ela faz o papel de alicerce na sociedade”, finalizou.

 

 

 

 

História

Neste dia 8 de março de 1857, funcionárias de uma tecelagem em Nova York ocuparam a fábrica, entrando em greve, reivindicando jornada de trabalho de 16 para 10 horas por dia. Elas recebiam menos de um terço do salário dos homens. Foram trancadas e 130 delas morreram queimadas num incêndio que atingiu o local.

Em 1903, profissionais liberais dos Estados Unidos criaram a Women´s Trade Union Legue, associação que visava ajudar todas as operárias a exigirem melhores condições de trabalho. Cinco anos depois, mais de 14 mil mulheres marcharam pelas ruas de Nova York, reivindicado os mesmos direitos que foram negados em 1857.

Finalmente em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, ficou decidido, em homenagem às trabalhadoras que perderam suas vidas naquele incêndio criminoso, porque lutavam pelos seus direitos, comemorar o 8 de Março, como Dia Internacional da Mulher, que a partir de 1975 ganhou status internacional pelas Nações Unidas.

 

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