Nenhum direito a menos

Igual canoa cheia de furos, a reforma da Previdência começa a fazer água

*Antonio Silvan Oliveira

As mobilizações continuam crescendo em diversas regiões do Brasil. Por mais que o governo Temer despeje dinheiro nas rádios, emissoras de televisão, principalmente Rede Globo, nos jornais da grande imprensa, não consegue mais esconder os perigos das reformas da Previdência e Trabalhista.

Do discurso de orgulhoso, de que não aceitaria mexer em nenhum item da PEC 287, a cada dia as mudanças vão ocorrendo. Caso do limite de 49,5 anos para se obter a aposentadoria integral. O relator Arthur Maia (PPS/BA), citado nas delações dos ex-executivos da Odebrecht, já admite baixar esse limite para 40 anos.

Silvan: ” Não aceitaremos nenhum direito a menos”

Igual canoa cheia de furos, a reforma da Previdência começa a fazer água. A população pode ter inúmeros defeitos, aliás ninguém é perfeito, mas não é boba a ponto de acreditar na conversa fiada do marketing do presidente Temer de que seriam necessárias mudanças para impedir a falência da Previdência. Mentira tem perna curta.

Nas ruas com os movimentos sociais, nas escolas e faculdades com as entidades estudantis, nas portas das fábricas com os sindicatos; o brasileiro percebeu o quanto é maligna uma reforma que só retira direitos em vez de acrescentar. Esta mobilização aumenta diariamente.

Um governo com 9 ministros acusados de envolvimento em atos ilícitos, a começar pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, não tem condições de exigir do trabalhador que sacrifique o seu futuro e das próximas gerações. Algo tão grande como a reforma da Previdência e Trabalhista precisa passar por amplas discussões com a sociedade civil organizada.

Não pode ser na pressa, escorada em documentos produzidos por assessores, que em muitas vezes desconhecem a realidade do aposentado e do funcionário que todos os dias se esforçam para ir ao trabalho, enfrentando péssimas condições do transporte coletivo, e dependendo da região, colocando em risco a própria vida.

Os grandes estadistas resolveram problemas sérios por meio de amplo diálogo com todos os setores responsáveis pelo progresso de uma nação. Pressa em qualquer situação não soluciona problema, cria outro. Vamos continuar mobilizados e temos certeza do grande sucesso que será a greve geral do dia 28 de abril. Mostraremos e continuamos a mostrar que não aceitaremos, em hipótese alguma, nenhum direito a menos!

*Antonio Silvan Oliveira é presidente da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico) e do Sindiquímicos Guarulhos.

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