Continuaremos resistindo ao governo Michel Temer

O que presenciei na Esplanada dos Ministérios foi um feroz ataque à democracia

*Antonio Silvan Oliveira

Na marcha das centrais sindicais a Brasília, na quarta-feira (24), o governo Michel Temer mostrou a face de um ditador, igual a existente no Regime Militar, quando muitos trabalhadores e lideranças sindicais e políticas desapareceram nos porões do DOI/Codi, Deops e até de quarteis das Forças Armadas.

Ao editar o Decreto colocando o País num estado de exceção, agiu como alguém que não tem qualquer apreço pela democracia. Um presidente que tem medo de manifestação, assegurada pela Constituição Federal, não merece continuar no poder. Significa que qualquer ato de protesto poderá ser reprimido pelas Forças Armadas. Então os trabalhadores estarão impedidos de ir às ruas reivindicar seus legítimos direitos? Mesmo retirado, poderá ser editado novamente.

Silvan: “Temer atacou ferozmente a democracia na Esplanada dos Ministérios”

O que presenciei na Esplanada dos Ministérios foi um feroz ataque à democracia. Nem os parlamentares que discursavam no carro de som escaparam da fúria da repressão, que não cessavam de atirar bombas e espalhar gás pimenta sobre os manifestantes. Antes infiltraram policiais à paisana que fizeram o trabalho sujo de criar confronto contra a tropa de choque. Eles jogavam pedras, paus e até disparavam fogos em direção aos seus colegas de trabalho.

Mesmo assim não conseguiram tirar o brilho de uma das maiores passeatas já ocorrida em Brasília. Companheiros de diversas entidades sindicais, de todos os cantos deste Brasil, enfrentaram longas distâncias para dizer não a este governo destruídor de nossas conquistas trabalhistas. Durante a marcha, outras entidades da sociedade civil organizada e estudantis reforçaram nossas reivindicações.

Portanto continuaremos resistindo a este governo ditatorial, sem qualquer apreço à democracia. Não aceitaremos as reformas trabalhista e previdenciária, que considero atentado ao bom senso. Juntos construiremos um Brasil, onde os direitos sejam respeitados. A essência é não desistir nunca. Lutar sempre! Nenhum direito a menos!

*Antonio Silvan Oliveira é presidente da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico) e do Sindiquímicos Guarulhos.

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