2015: um ano para se esquecer rapidamente

 

Silvan-1
Silvan: “O ano de 2015 é para se esquecer rapidamente, por causa da grave crise econômica e política que se abateu sobre o Brasi”l

*Antonio Silvan Oliveira

O ano de 2015 está chegando ao fim. Setor produtivo e trabalhadores torcem para este pesadelo de 12 meses acabar. Para garantir o 13⁰ Salário, diversas empresas recorreram aos bancos em busca de linha de crédito para garantir esse dinheiro aos seus funcionários. Numa época normal nada disso ocorreria. As vendas da produção bancariam as despesas. Por outro lado, inúmeros trabalhadores continuam aumentando as estatísticas de taxas de desemprego. É tão grave a situação que de dezembro/2014, o desemprego saiu de 4,3% para 8,7% em setembro de 2015. Em menos de um ano, a falta de emprego no mercado explodiu.

Nos bastidores torna-se mais forte a troca do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pelo ex-presidente do Banco Central, na gestão Lula, Henrique Meirelles. Ou seja, troca-se seis por meia dúzia. De forma indireta, ele disse que apertaria mais ainda o cinto para colocar o Brasil na rota do crescimento. Na essência, as lições amargas constantes da cartilha neoliberal iriam prosseguir, privilegiando o mercado financeiro e jogando ao ostracismo o setor produtivo.

No passado o Brasil enfrentou crises, mas a atual é diferente: ela pode continuar no próximo ano, de forma mais agressiva. As demissões não cessam. Em todos segmentos, os cortes continuam. Diversos sindicatos filiados à CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico) já relataram que a bancada patronal de algumas regiões do País colocou na mesa o fracionamento do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), em outros casos mais dramáticos ameaças de retiradas de direitos trabalhistas.

A queda de braço entre os poderes Executivo e Legislativo, em Brasília, precisa chegar ao fim. É normal, e até salutar, as divergências. Afinal de contas não estamos num regime ditatorial onde é crime criticar ações do governo. Porém, o País não pode mais continuar estagnado em virtude de ações parlamentares visando travar a gestão atual. É preciso sensibilidade para que não ajudem a enterrar o Brasil numa crise política e econômica dificultando, ainda mais, seu retorno à normalidade administrativa.

Atualmente são raros os empresários, brasileiros ou estrangeiros, dispostos a investir neste País. A instabilidade é muito grande. A cada dia o governo é surpreendido com uma ameaça do Legislativo, que tomou gosto em aprovar projetos de leis que poderão estourar as receitas, inviabilizando completamente a administração. Por falta de jogo de cintura, o Executivo se recusa ouvir sugestões de diversos setores da sociedade civil organizada, principalmente do movimento sindical. Comportamento semelhante ao motorista do ônibus de viagem que se perdeu e recusa ouvir conselhos dos passageiros.

O próximo ano vai chegar recheado de incertezas, tanto na esfera política quanto na econômica. Não ouvimos, até agora, nenhuma mensagem que possa trazer ânimo para nós dirigentes sindicais e trabalhadores. Tudo é nebuloso. Os adeptos do apocalipse apostam no quanto pior, melhor. Desconhecem que reconstruir é mais difícil do que construir. Ou seja, fazer o mesmo trabalho duas vezes, na maioria dos casos num curto espaço de tempo. Não é esta a visão da CNTQ. Optamos pelo bom senso e progresso. Não tratamos setor produtivo como inimigos, mesmo no calor das discussões econômicas. Trabalho e capital são irmãos siameses. Um não pode viver sem o outro.

Mesmo com todos os revezes deste ano que chega ao fim, desejamos a todos nossos sindicatos filiados, aos trabalhadores e seus familiares, amigos, colaboradores e demais entidades que participam direta e indiretamente das ações desenvolvidas pela CNTQ um Feliz Natal e Próspero Ano Novo. Que na casa de todos vocês, independente da condição econômica, do credo religioso, gênero, raça, etnia e opção política as forças sejam renovadas, a saúde fixe moradia eterna, o amor se faça presente nos corações e a determinação e coragem estejam na caminhada durante os dias que irão compor 2016.

Que Deus os guarde, proteja e os abençoe grandemente!!!

*Antonio Silvan Oliveira é presidente da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico) e do Sindiquímicos Guarulhos

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*

Please copy the string bpY7rk to the field below: