Panorama da organização internacional do ramo químico

DSC_0398-web“Cada dia aumenta mais o número de empresas transnacionais e o capital não tem pátria. A missão da IndustriALL Global Union é conhecer como agem essas indústrias em qualquer região do mundo”, sintetizou o representante no Brasil da IndustriALL Global Union, Edson Bicalho, durante a 1ᵃ Plenária Regional do Ramo Químico, em Curitiba, Paraná na sexta-feira (12). O lema da entidade é fazer solidariedade onde existem dificuldades, como ocorre na Colômbia, Peru, Chile e México. Pois as empresas diversificam seus ramos de atividades, visando manter lucratividade.

Segundo ele, a entidade defensora dos interesses de 150 milhões de trabalhadores de diversos países atua de várias formas. “Ajudamos a criar sindicatos na China e repetiremos a mesma dose na Índia, para onde estão se transferindo diversas empresas visando produzir com baixo custo”, afirmou.  A IndustriALL abrange inúmeras categorias profissionais em nível mundial e tem como meta principal a construção de sindicatos fortes para enfrentar o capital e melhorar a inclusão.

Com escritório central na Suíça, a IndustriALL tem orçamento de 15 milhões de francos suíços (equivalente a R$ 45 milhões). Parte desse dinheiro é usado na solidariedade sindical mundial. “Em outubro de 2016 faremos um congresso no Rio de Janeiro com a participação de 1.500 delegados. Nossa proposta é discutir novo estatuto e unificação do pagamento de cotas e plano de direção para a nova diretoria que toma  posse em 2016”, explicou.

DSC_0557-webUm dos destaques desse congresso revela Bicalho, é o jantar trazendo comida e música típica de quatro regiões brasileiras. O encerramento será com show de passistas de escola de samba do Rio de Janeiro. Calcula-se que só esse compromisso está estipulado em R$ 500 mil.

Bicalho enfatiza que a IndustriALL tem dirigentes sindicais da Ásia/Pacífico, América Latina/Caribe, Europa, Estados Unidos. “Um de nossos pontos altos é a implantação de cotas de 40% para mulheres nos cargos de diretoria, apesar de companheiros de a Europa criticarem essa postura de inclusão”, disse. Segundo ele, em setembro deste ano, ocorrerá o Congresso Mundial das Mulheres, em Viena, Áustria. A Força Sindical e CUT pretendem levar 30 companheiras a este evento, onde só participam as entidades afiliadas. O ano de 2016 marca o fim da gestão que começou o mandato em 2012.

Ainda em 2015, a CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico) irá filiar-se à IndustriALL “Temos como regra não admitir filiação de sindicatos individualmente. Ele precisa ser associado de alguma federação, confederação ou central sindical”, frisou. Pois, as entidades sindicais não podem negociar diretamente com a Suíça. Desta forma o processo de afiliação não é aceito. Caso a entidade tenha dívidas com outras associações de classe anteriores ao surgimento da IndustriALL, que as englobou, a entrada é vetada.

DSC_0193-webDe acordo com a diretoria da IndustriALL, o sindicalismo brasileiro é forte e atuante, visto que conseguiu criar a figura jurídica do acordo coletivo, além de ser o único país no mundo a contar com o Ministério Público do Trabalho. “Por enquanto no Brasil, existe unidade mínima de ação, deixando em plano inferior à violência. Ou seja, viramos referência na organização sindical”, ressaltou.

Nas reuniões da IndustriALL estão presentes 170 sindicalistas de diversas regiões do mundo, com o uso da palavra no debate. Todos os afiliados podem participar. Ele esclarece que a filiação não é por central sindical, mas por ramo de atividade. “Não é proibido a entidade não participar sem ser filiada a central sindical, pois existem centrais que optaram em não participar da IndustriALL”, disse. (Luís Alberto Alves/Comunicação CNTQ)

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