Mistura explosiva: juro alto com retiradas de direitos trabalhistas

Antonio-Silvan
Antonio Silvan Oliveira

O Brasil está vivendo momento de turbulência, principalmente na área econômica. A mais recente alta da taxa Selic, para 12.75% ao ano, revela que o trabalhador corre o risco de pagar a conta outra vez, como ocorreu em outras oportunidades. Lembro-me da frase do então ministro da Fazenda, no governo Médici, em 1973, Delfim Netto, dizendo que o bolo do progresso iria crescer e depois seria dividido. Após sair do forno, os trabalhadores não tiveram direito nem à raspa da forma.

A justificativa, para subir os juros, é segurar o dragão da inflação, que neste ano pode chegar a 7,7%. O país enfrenta reajustes em diversos setores. A indústria sofre o impacto da crise hídrica com a alta da energia elétrica. Por outro lado, o dólar com preço nas nuvens ajuda a encarecer o preço do combustível.

Outro problema são algumas medidas adotadas pelo governo que prejudicam profundamente os trabalhadores. É o caso, por exemplo, das recentes mudanças no Seguro-Desemprego. Um programa de viés social aparece agora como vilão nas contas públicas. Se existem mazelas, pessoas desonestas que procuram ganhar dinheiro com o Seguro-Desemprego, devem ser descobertas e os culpados punidos.

Não pode é o governo começar a colocar pólvora numa crise social, que essas medidas provocarão. Imagine o cenário de alguém, que perdeu o trabalho e ficou sem o Seguro-Desemprego. Qual será a solução que ele encontrará para sustentar sua família? Podem ter certeza de que o custo social do governo irá crescer. Neste caso, essas mudanças provocarão mais danos do que benefícios.

*Antonio Silva Oliveira, presidente da CNTQ

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