Centrais sindicais protestam contra juros altos

DSC_0013-siteDiversos sindicalistas de várias centrais (Força Sindical, CUT, UGT, CSB, Nova Central e CGTB) e da CNTQ protestaram, em 2 de junho, diante da sede do Banco Central, na Avenida Paulista, Centro de SP. Os R$ 311 bilhões despejados em 2014 no mercado financeiro e os gastos com juros estipulados em R$ 143 bilhões, no primeiro trimestre de 2015, receberam fortes críticas.

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, classificou de absurdo outro aumento da taxa Selic, atualmente em 13,25%. “Com juros altos, as empresas reduzem contratações e demitem. Precisamos aumentar é os financiamentos para indústrias e mais investimentos na educação e saúde”, disse.

Já o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, mirou nas milhares de demissões feitas pelas montadoras de veículos. “Todos os setores estão mandando embora, inclusive nas fábricas de carros. Se recessão fosse bom, como tenta mostrar o governo, a Europa não estava em crise há tantos anos. Os juros precisam cair”, afirmou.

DSC_0033-siteSeguro-Desemprego

O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade/SP) ressaltou que o governo retira o dinheiro do setor produtivo para entregar aos banqueiros, além de atacar direitos trabalhistas por meio de Medidas Provisórias. “Por causa dessas MPS, 10 milhões de brasileiros não irão receber o Seguro-Desemprego. Mas entramos no STF (Supremo Tribunal Federal) para derrubar a MP 664. Hoje só temos demissões e empresas fechadas”, criticou.

O presidente da Fequimfar (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Est. de SP), Sérgio Luiz Leite, o Serginho, elogiou o trabalho unificado das centrais sindicais contra os ataques do governo para retirar direitos adquiridos há muito tempo. “Essa conta não pode ser paga pelos trabalhadores. Retiram dinheiro da produção para dar aos bancos”, ressaltou.

A UGT, através do diretor Marinaldo Antonio de Medeiros, engrossou o coro de críticas ao governo Dilma. “Somos contra qualquer medida que retire direitos conquistados pelos trabalhadores”.

DSC_0020-siteBanqueiros

O presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas, Marcos Kauê Ferreira de Queiroz, cuja entidade levou vários estudantes ao ato de protesto, lembrou que existe a preocupação de subir os juros e a falta de compromisso em resolver o sucateamento do ensino público. “Não podemos aceitar que banqueiros fiquem com dinheiro que precisa ser utilizado para resolver os problemas da educação”, disse.

A CNTQ lembrou que juros altos provocam desemprego, e baixos ajudam no desenvolvimento do Pais.

A mesma crítica contra aumento do desemprego se repetiu com o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical, Carlos Andreu Ortiz. “O governo retira dinheiro da educação e saúde, continua aumentando os juros e o povo vai pagar a conta perdendo o emprego. Ele não faz nada pelo trabalhador e aposentado”, criticou.

O Brasil, atualmente, é o sétimo país com maior taxa de juros do mundo. O primeiro lugar pertence à Ucrânia (30%), segundo a Malawi (25%), terceiro à Bielorrússia (25%), quarto a Gana (21%), quinto à Rússia (15%) e sexto à Moldávia (13,50%). Já entre as nações desenvolvidas, os menores índices inflacionários são registrados na Suíça (-1,25%), Suécia (-0,10%), Japão (o a 0,1%) e Estados Unidos (0 a 0,25%). (Luís Alberto Alves/ Comunicação CNTQ)

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