Campanha Salarial 2018 – Um novo cenário pós reforma trabalhista

Campanhas Salariais 2018

Na avaliação do presidente da CNTQ, Antonio Silvan Oliveira, as negociações salariais nunca foram fáceis para o setor laboral: “sempre enfrentamos resistência dos patrões e de seus representantes, no entanto, estas serão as primeiras campanhas salariais desde a aprovação da reforma, por isso, precisamos de ainda mais atenção. Nossa mobilização e o envolvimento dos trabalhadores junto aos desafios das negociações é que irão fazer a diferença neste momento”.

“São poucas as empresas que realmente tem respeito pelos seus trabalhadores! Podemos constatar isso quando entregamos a Pauta de Reivindicações. Ora, sempre lutamos pela melhoria do ambiente de trabalho e valorização do empenho do trabalhador que resulta, inclusive, no crescimento do negócio. Entretanto, precisamos assegurar sempre o ganho do trabalhador!”

Em conversa com os presidentes das Federações filiadas, eles informaram como está o processo negocial após a reforma trabalhista:

Sergio Luiz Leite – Presidente da FEQUIMFAR – (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo)

“Para fortalecer nossa luta nesta campanha salarial, estamos unindo forças com outras categorias. Temos que manter a unidade de ações contra os impactos da reforma trabalhista nos direitos dos trabalhadores. Estamos na luta por medidas que fortaleçam as estruturas sindicais com o objetivo de equilibrar o processo de negociação coletiva, valorizando a autonomia das negociações e preservando os direitos conquistados.”

Francisco Carlos Queiroz – Vice-Presidente da FERQUIMFAR – (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Ramo Químico, Farmacêutico e Material Plástico do Estado do Rio de Janeiro)

“Na maioria das negociações, estamos enfrentando muita resistência dos patrões para conseguir ganho real. As empresas estão oferecendo apenas a reposição do INPC alegando que a crise e a inflação dificultam as ofertas, neste cenário estamos tentando avanços nas cláusulas sociais, está difícil de conversar com o patronal, depois da reforma eles vem impondo os termos e muitos trabalhadores nas assembleias acabam aceitando os termos com medo de sofrer retaliação da empresa caso recusem as propostas. Este está sendo o cenário que a reforma criou para os trabalhadores.”

Carlos Luís Cassiano – Presidente da FEMQUIFERT – (Federação Mineira dos Trabalhadores Nas Indústrias Químicas, Plásticas, Farmacêuticas e Fertilizantes de Minas Gerais)

“Até o momento, não tivemos agendada a reunião referente ao início das negociações da campanha salarial. Enquanto aguardamos este agendamento, estamos realizando negociações de ACT (acordo coletivo de trabalho) por empresa. Com a entrada da reforma trabalhista, algumas empresas estão tirando o máximo de vantagem das mudanças, desde a homologação até os benefícios, infelizmente o trabalhador acaba sendo o prejudicado com as fragilidades criadas com a reforma.”

Larri dos Santos – Presidente da FEQUIMFARS – (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado do Rio Grande do Sul)

“Antes da aprovação da reforma trabalhista já estava difícil o processo negocial com alguns setores, em agosto daremos início as nossas campanhas salariais, vamos ver quais serão os novos desafios nas negociações.”

Arnaldo Antunes– Presidente da FEQUIM – (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas do Centro-Oeste)

“Estamos em campanha salarial nos setores Químicos e Farmacêuticos da categoria não organizada do Distrito Federal e Mato Grosso do Sul com data-base em 1º de abril. O processo negocial está no início, a pré-pauta já está feita, agora vamos marcar reunião com os representantes patronais para darmos andamento na campanha. Nas assembleias os trabalhadores estão aprovando o desconto da contribuição sindical, estamos tendo em média de 90% de adesão, muitos trabalhadores estão vendo que o sindicato é um grande aliado neste momento de incertezas, e com a entrada da reforma trabalhista estas incertezas só tendem a aumentar.”

Luís Marcelo Ferreira – Presidente da FIP – (Federação Interestadual dos Propagandistas)

“Estamos dando início às conversas com os representantes patronais. Estamos negociando o reajuste de 3% + o INPC e manutenção das cláusulas econômicas e sociais com validade de 2 anos. A crise econômica ainda vem sendo um fator que pesa muito na mesa de negociação e a reforma trabalhista também dificulta algumas coisas, porém, estamos enxergando um bom caminho no diálogo junto ao patronal.”

Fernando Ferreira de Oliveira – Presidente da FEPROVENONE – (Federação dos Sindicatos de Propagandistas, Propagandistas-Vendedores e Vendedores de Produtos Farmacêuticos do Norte e Nordeste)

“A união da categoria é de grande importância nesse processo negocial, pois a reforma trabalhista criou ainda mais dificuldades nas negociações. Vamos estar reunidos com o patronal para darmos início à campanha salarial. Neste primeiro momento estamos negociando o reajuste salarial sendo o INPC + 3% de aumento real e a manutenção das cláusulas sociais. Vamos aguardar a proposta patronal para darmos andamento ao processo.”

Alexsandro Cardoso Diniz – Presidente da FEPROP – (Federação dos Propagandistas e Vendedores de Produtos Farmacêuticos do Estado do Rio de Janeiro)

“Estamos trabalhando para garantir a manutenção dos direitos, temas como ultratividade da norma e homologação, estão sendo negociados para serem mantidos como estavam em nossa CCT antes da mudança da lei. Lutamos também pelo reajuste com 3% de aumento real + o INPC. Após a reforma, muitas empresas estão apostando nas mudanças para tentar retirar os direitos dos trabalhadores. Estamos empenhados em não deixar que este cenário de desmonte de direitos aconteça.”

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*

Please copy the string aSzO9T to the field below: