Apesar do progresso, trabalhador ainda é discriminado no Brasil

Luís Alberto Alves/Comunicação CNTQ

Chiquinho: “Deixam de lado a competência. Afinal de contas somos iguais, seja homem ou mulher, negro ou branco ou homossexual”

O Brasil já vive era da informatização. Alguns segmentos da indústria têm robôs na linha de produção, já elegeu vários presidentes diretamente, desde o final da década de 1980 e conseguiu conquistar medalhas de ouro em olímpiadas. Porém, no chão de fábrica, ainda persiste a postura atrasada da primeira metade do século passado, quando, por exemplo, gravidez era sinônimo de doença, negros não podiam assumir cargos de chefia e homossexualismo tinha conotação de distúrbio mental.

Na avaliação do secretário de Gênero, Raça e Etnia da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico, Francisco Pinto Filho, o Chiquinho, a mentalidade empresarial precisa evoluir. “Em época de crise, como ocorre atualmente, esse problema é empurrado para baixo do tapete, mas quando tudo melhora ele aparece e poucos aceitam abrir discussão a respeito disso. Sempre esteve presente no cotidiano, mas poucos tinham disposição de conversar e resolver”, explicou.

Na opinião de Chiquinho, não é possível negar que grande parte da população brasileira tem no sangue herança indígena ou negra. “Infelizmente algumas empresas olham para cor ou sexo da pessoa quando pensa em lhe dar promoção. Deixam de lado a competência. Afinal de contas somos iguais, seja homem ou mulher, negro ou branco ou homossexual”, disse.

A grande barreira, segundo ele, é o tamanho do Brasil, onde em cada região as pessoas têm opiniões diferentes. “Algo bem aceito no Sul ou Sudeste, pode ser tratado de outra forma no Norte ou Nordeste. Muito discernimento e sabedoria para encontrar meios de solucionar o problema”.

Ele diz que  as empresas precisam compreender que a mulher tem a liberdade de ficar grávida, faz parte da vida dela. “Não se pode demitir as companheiras após a licença maternidade, ou mesmo recusar promover de cargo porque é mãe. Necessitamos de leis mais rígidas para punir esse tipo de conduta empresarial”, explicou.

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