Programa de renovação de frota de veículos poderá manter empregos no setor de tintas e plásticos

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Silvan: “Carros com muitos anos de uso poluem mais e podem provocar acidentes”

Luís Alberto Alves/Comunicação CNTQ

É melhor viajar num carro novo ou velho, com mais de dez anos uso? O automóvel antes de 140 mil quilômetros rodados oferece menos risco de provocar acidentes. O antigo já apresenta diversos problemas, principalmente na suspensão, amortecedores, vazamento de óleo, aumento de ruído, trepidação, folga na direção, além de apresentar superaquecimento quando percorre grandes distâncias. É neste vácuo que pretende entrar, ainda em 2016, o programa de renovação de frota na pauta do governo desde a década de 1990.

Na avaliação do presidente da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico) e do Sindiquímicos Guarulhos, Antonio Silvan Oliveira, as empresas do setor plástico e de tintas poderão ser beneficiadas, visto que os atuais veículos dividem seu espaço com aço e plástico, além da pintura, inerente em qualquer tipo de automóvel, seja de passeio ou de carga. “Atualmente a cadeia do plástico reúne no Brasil aproximadamente 12.500 empresas, gerando 32 mil empregos diretos. A cadeia produtiva de tintas responde por 16 mil postos de trabalhos diretos”, disse.

Mesmo com a grave crise econômica, o programa de renovação de frota poderá colocar nas ruas até 500 mil veículos novos por ano. A proposta, além de manter empregos no segmento de tintas e plástico, visa retirar das ruas, de forma gradativa, caminhões com mais de 30 anos de fabricação e veículos leves com mais de 15 anos.

Há quatro anos o governador Geraldo Alckmin (PSDB), por meio do Decreto 58.093, de 30 de maio de 2012, instituiu o Programa de Incentivo à Renovação de Frota de Caminhões, visando modernizar a frota deste tipo de veículo no Estado de SP através de linhas de financiamento com recursos próprios da Agência de Fomento Paulista ou recursos de outras instituições. O programa estava alinhado com as metas estabelecidas pela Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), Lei 13.798, promulgada em novembro de 2009.

Por essa proposta, os motoristas de caminhões teriam acesso a linhas de financiamento com taxas de juros de 5,5% ao ano para trocar seus veículos. O prazo de parcelamento poderia chegar até a 96 meses, incluindo a carência de um semestre para começar o pagamento. Os caminhões antigos seriam entregues a empresas de reciclagem de autopeças, com o proprietário do veículo recebendo carta de crédito para abater no valor de compra de veículos novos ou usados com menos de 15 anos de uso.

Na avaliação de Silvan é importante renovar a frota de veículos até por questões ambientais. “Caminhões e automóveis de passeio velhos têm a tendência de poluir mais, além de apresentar sérios riscos de provocar acidentes”, disse. Segundo o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) existem 391.673 caminhões acima de 30 anos de uso em todo o Brasil. No Estado de SP, a frota de veículos velhos é estimada em 776.870, pelos cálculos do Detran.

Nos Estados Unidos programas semelhantes de renovação de frota já existem. O mesmo ocorre no México, Argentina, Europa. No Japão, após cinco anos de idade do automóvel aumenta o valor do imposto equivalente ao nosso IPVA (Imposto sobre Veículos Automotores). Esse recurso desencoraja o motorista a manter um automóvel velho na garagem. Em São Paulo, veículos com mais de 20 anos ficam isento do pagamento de IPVA.

 

 

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