Centrais Sindicais protestam contra desemprego e reformas do governo diante da sede da Fiesp, em São Paulo
Luís Alberto Alves/Comunicação CNTQ
O dia nacional de luta prometido pelas centrais sindicais aconteceu hoje (16) em diversas regiões do Brasil. Em São Paulo, o local escolhido foi diante da sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na Avenida Paulista, que teve um quarteirão ocupado entre a Rua Pamplona e Parque Trianon. Estiveram presentes as centrais Força Sindical, CUT, UGT, CTB, CGTB, Conlutas, NCST e Intersindical, além da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico) e Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados) e diversos sindicatos.
Para o presidente da Fequimfar (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas no Est. de SP) e 1º secretário da Força Sindical, Sergio Luiz Leite, o Serginho, este ato é em defesa dos direitos previdenciários e trabalhistas. “Escolhemos aqui em frente da sede da Fiesp, porque ela defende a retirada dos sindicatos nas negociações, apoia as 80 horas semanais de trabalho, além de ser contrária à NR 12, usada para preservar a vida dos trabalhadores”, disse.
Para o presidente da Força Sindical SP e tesoureiro da CNTQ, Danilo Pereira da Silva, não é a primeira vez que o poder econômico luta pela retirada de direitos trabalhistas, como as recentes ameaças aos aposentados. “Nós do movimento sindical continuaremos resistindo. Convocamos também a sociedade para vir à rua, assim garantiremos nossas conquistas”, afirmou.
Raimundo Cocada, da NCST, destacou que: “ou o trabalhador ocupa as ruas ou não terá futuro, visto que discurso não levará ninguém a lugar algum”. Segundo ele, atualmente a licença remunerada é sinal de demissão futura. Marianna Dias, da UNE (União Nacional dos Estudantes) disse que a política econômica do governo interino Michel Temer pode prejudicar os jovens. “Ele precisa investir na recuperação de empregos, para no futuro não sermos atingidos”, argumentou.
Edson Carneiro, da Intersindical, sugeriu que a unidade precisa prevalecer como meio de luta contra a reforma previdenciária e trabalhista, além de impedir aprovação de projetos de leis nocivos aos trabalhadores, caso do Negociado sobre o Legislado, além de redução dos juros e reforma tributária.
Atnágoras Lopes, da executiva da Conlutas, disse que a mobilização das centrais diante da sede da Fiesp na Avenida Paulista é a resposta contra o desemprego. “Neste momento tão grave, sem perspectivas é necessário lutar. Porque o governo só ameaça com projetos de lei contra os trabalhadores”, criticou.
O presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira, voltou a criticar a política de juros altos mantida pelo atual governo interino. “Os empresários defendem uma política trabalhista do século XVIII. Já não basta vender nossas estatais e entregar poços de petróleo a preço de banana. A nossa unidade é a solução para esses ataques”, disse.
O presidente estadual da UGT, Luiz Carlos Mota, destacou que a mobilização nacional das centrais sindicais representa a unidade. “Não podemos nos esquecer de nessas eleições votarmos em candidatos comprometidos com as nossas bandeiras de luta”. Adilson Araújo, da CTB, garantiu que o sindicalismo unido não permitirá que o governo retire direitos conquistados pelos trabalhadores. “Hoje quem paga o pato não é a Fiesp, mas todos nós. Começamos o início de uma grande jornada”.
A secretária da Mulher da Força Sindical SP e presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Brinquedos e Instrumentos Musicais de SP, Maria Auxiliadora dos Santos, alertou que nesta reforma previdenciária e trabalhista prometida pelo governo, as mulheres é quem serão prejudicadas. “Não adianta chorarmos o leite derramado, é na rua que poderemos mudar esse congresso”.
A presidente do Sindicato dos Bancários de SP, Gilvania Moreira Leite, concordou com os demais líderes sindicais, que somente a unidade poderá barrar o rolo compressor contra direitos dos trabalhadores. “Quem ganha muito dinheiro precisa pagar a conta, não quem ganha pouco”, ressaltou.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de SP, Miguel Torres, ressaltou a unidade das centrais sindicais numa pauta unificada, visando a retomada do desenvolvimento econômico. “Este é um esquenta para podermos atravessar este momento difícil. O governo deveria tachar as grandes fortunas e envio de dinheiro ao Exterior”, frisou.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, é importante a mobilização centrar fogo nos projetos de lei que apoiam a terceirização, sem nenhuma preocupação com o desemprego nem os juros altos. “Mas neste semestre teremos 3 milhões de trabalhadores em campanha salarial e muita coisa pode mudar”, disse.
O secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, argumentou que este dia de luta é um recado ao governo e empresários. “Não aceitaremos retiradas de direitos através de reforma da Previdência e do Trabalho. Também não concordamos com a proposta de jornada de 80 horas semanais, defendida pela Confederação Nacional da Indústria. Continuaremos nas ruas”, finalizou.