Taxa Selic de 14,25% provocará despesa adicional ao Brasil de R$ 441,75 bilhões em 2016

 

Silvan: “Com juros de 14,25% o Brasil tem uma despesa adicional anual de R$ 295 bilhões”

Luís Alberto Alves/Comunicação CNTQ

O melhor negócio, atualmente no Brasil, não é investir numa indústria, que gera empregos. A mina de ouro é apostar na especulação, onde se ganha muito dinheiro sem fazer qualquer esforço. Para se ter uma ideia, cada meio ponto acrescido à taxa Selic representa despesa adicional de aproximadamente R$ 10 bilhões por ano. Só com esse dinheiro é possível comprar o time completo do Barcelona e ainda sobra bastante grana para fazer uma Arena de Futebol, para 60 mil torcedores e o restante volta para a especulação. Para levar os atletas ainda é possível comprar um Avião Airbus A320 pela “bagatela” de aproximadamente R$ 300 milhões.

Para o presidente da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico) e do Sindiquímicos Guarulhos, Antonio Silvan Oliveira, o Banco Central precisa parar de continuar enchendo de dinheiro os cofres dos banqueiros com essa taxa de juros astronômica. “Se possível deveria cair dos atuais 14,25% para 7%. Ainda assim muito alta. O governo precisa privilegiar a produção, pois o Brasil vive imensa quebradeira de empresas e crescimento do desemprego”, disse. Por outro lado, com os 14,25% de juros o Brasil poderá ter  despesa adicional em 2016 de aproximadamente R$ 441,75 bilhões.

“Hoje para se construir um hospital, sem superfaturamento, de 160 leitos, 12 deles para UTI (Unidade de Terapia Intensiva), para atender uma população de 40 mil pessoas, com toda infraestrutura, equipamentos, incluindo os mais modernos do mercado, e mão de obra completa, consumiria R$ 62 milhões. Ou seja, com R$ 930 milhões seria possível entregar à população 16 hospitais deste porte. Isto com apenas R$ 1 bilhão”, calculou. Com três bilhões seria possível construir 48 hospitais.

Na avaliação de Silvan, a política monetária do governo Dilma privilegia os banqueiros. “Eles lucram na bonança ou crise. Em detrimento enxugam o quadro de funcionários, reduzindo postos de trabalho. Atualmente, a dívida interna brasileira poderá fechar 2016 em aproximadamente  R$ 3,1 trilhões. É sobre esse valor astronômico que incidirá os 14,25% de juros da Selic, correspondente a aproximadamente R$ 441, 75 bilhões.

Para ludibriar a população, o ministro da Fazenda fala em reduzir o estoque da dívida, que nada mais é do que liquidar toda a despesa proporcionada pelos juros (os R$ 441,75 bilhões). Porém, o governo faz o contrário, girando o endividamento e capitalizando os efeitos da taxa. Por causa disso é que a dívida só aumenta.

Nesta ciranda maluca da especulação, os banqueiros viram credores do governo. “Quando se aumenta a taxa Selic de juros, o governo está indo em busca de nova captação de dinheiro no mercado financeiro, aumentando a riqueza dos bancos”, disse.

O grande problema é que uma administração ineficiente não consegue fazer investimento em Transportes, Educação, Saúde, Segurança Pública apenas com o dinheiro arrecadado de impostos. É quando entram em ação os títulos do tesouro nacional, que serve para obter recursos para o governo e ele antecipe a receita de impostos (como se o governo antecipasse o valor que será cobrado no ajuste do Imposto de Renda de 2017).

Os grandes banqueiros compram esses títulos públicos. Para controlar o excesso de dinheiro em circulação na economia, os bancos são obrigados a depositar uma percentagem de seus depósitos numa conta do Banco Central, visando evitar descontrole da inflação. Eles fazem milhões de operações todos os dias e muitas vezes chegam ao final do expediente com percentagem maior ou menor que deveriam ter na conta do Banco Central. Pegam empréstimos (todos de curto prazo) dos concorrentes para cumprir a lei. Eles usam os títulos públicos como garantia de pagamento nestas transações.

Para entender como os banqueiros ganham muito dinheiro vejam este exemplo: alguém deposita R$ 1 milhão atrelado aos juros da Selic. Em 12 meses essa quantia subiria para R$ 1.142,50 milhão. Imagine R$ 10 bilhões ou R$ 100 bilhões rendendo 14,25% de juros ao ano. Por outro lado, as indústrias precisam lutar bastante para enfrentar concorrência estrangeira, colocar o produto no mercado, pagando diversos impostos, e obter dinheiro na produção de mercadorias, para pagar seus funcionários todos os meses. Os bancos apenas lucram, até mesmo quando emprestam para os empresários do setor produtivo.

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