Setor financeiro ganha dinheiro mesmo na crise

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Antonio Silvan Oliveira – Presidente CNTQ

Quando o trabalhador vai ao supermercado ou na feira livre sente o impacto da inflação no bolso. Os preços sobem rapidamente. Podemos economizar em outras áreas, menos na parte sensível conhecida como estômago, principalmente se tivermos filhos pequenos. Ao sentir fome, eles vão à cozinha à procura de alimento. Para atender essa necessidade, os pais são empregados e no final do mês recebem o salário, com qual manterão em dia suas despesas.

Qualquer categoria profissional é sensível ao vento forte da crise econômica. Menos o mercado financeiro. Esse segmento consegue fazer fortuna em momentos críticos. Contam, inclusive, com ajuda do próprio governo ao premiá-los com a alta da taxa de juros, algo comum no Brasil, onde a Selic está fixada em 12,75%, enquanto na Grã-Bretanha, atualmente os juros chegam 0,5% ao ano.

Em vez de fomentar a produção, a nossa política econômica privilegia o capital especulativo. Do orçamento da União de 2014, estimado em R$ 2.138 trilhões, quase R$ 1 trilhão foi gasto em pagamento de juros de amortização da dívida. Ou seja, uma enorme fortuna caiu nas mãos do mercado financeiro.

No ano de 2014, o patrimônio líquido dos cinco maiores bancos brasileiros cresceu 18,4%, totalizando R$ 370,5 bilhões. A carteira de crédito deles cresceu 11,3%, atingindo R$ 2,6 trilhões. No ano passado, esses mesmos cinco maiores bancos, juntos, obtiveram lucro líquido (descontadas todas as despesas) cerca de R$ 60,3 bilhões, crescimento de 18,5% quando comparado a igual período de 2013.

Neste artigo é possível perceber, independente do momento econômico, de que o mercado financeiro continua no verde, lucrando cada vez mais. Já o trabalhador prossegue castigado, inclusive ameaçado pelo fantasma da terceirização, que corre o risco de ganhar vida e tornar, cada vez mais, cruel a precarização. Torço para o governo, sabe-se lá quando, investir mais recursos na cadeia produtiva, gerando mais vagas e proporcionando condições para ganharmos melhores salários.

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