Retrospectiva 2018

Campanha Salarial

Com o governo e representantes patronais trabalhando no enfraquecimento da representação laboral, as negociações realizadas neste ano tiveram como foco a manutenção dos direitos, uma vez que as propostas do patronal focava em reduzir os direitos e benefícios conquistados nos anos anteriores.

Na avaliação do presidente da CNTQ, Antonio Silvan Oliveira, as negociações salariais nunca foram fáceis para o setor laboral: “sempre enfrentamos resistência dos representantes patronais, no entanto, estas foram as primeiras campanhas salariais desde a aprovação da reforma. Nossa mobilização e o envolvimento dos trabalhadores na mobilização buscando o fortalecimento das negociações é que fizeram a diferença nesse momento”.

“São poucas as empresas que realmente tem respeito pelos seus trabalhadores! Podemos constatar isso no início das negociações. Ora, sempre lutamos pela melhoria do ambiente de trabalho e valorização do empenho do trabalhador que resulta, inclusive, no crescimento do negócio. Entretanto, precisamos assegurar sempre o ganho do trabalhador!”

Trabalho e Direitos

Neste ano os trabalhadores sentiram os efeitos das mudanças feitas pelo governo Temer em 2017.

Em 31 de março de 2017, foi aprovada a lei da terceirização (Lei Nº 13.429/2017), um projeto que a anos era o desejo do setor patronal, com a finalidade de aumentar os lucros e reduzir os gastos com os trabalhadores, reduzindo os direitos e prejudicando a mão de obra.

 

Em 11 de novembro de 2017, foi aprovada a Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017), visando a desregulamentação dos direitos trabalhistas, provocando a precarização no ambiente de trabalha. Apesar de fortalecer o processo negocial provoca o enfraquecimento da representação dos trabalhadores retirando a condição de custeio da estrutura sindical em um momento onde deveria fortalecer essa representação para assegurar o equilíbrio necessário para que a verdadeira negociação pudesse ocorrer.

Ambos os projetos foram aprovados com a promessa de geração de empregos, porém, os empregos gerados através das modalidades criadas pela Reforma Trabalhista e pela Terceirização, não proporcionam aos trabalhadores direitos, estabilidade e nem mesmo salário compatível que muitos trabalhadores tinham antes das mudanças feitas pelo governo, além da precarização nas condições de trabalho, o que irá aumentar os acidentes de trabalho como também os problemas relacionados as doenças ocupacionais, causando um grande impacto no sistema previdenciário, de um lado o governo busca tirar direitos dos trabalhadores na hora de requerer sua aposentadoria, por outro lado esse mesmo governo torna-se negligente na prevenção, fazendo com que aumente tanto as despesas previdenciárias quanto o número de trabalhadores mutilados.

 

A precarização da mão de obra é uma realidade que já existia, e durante muitos anos o movimento sindical vem lutando para acabar com está prática de subempregos. Porém devido à crise que se instalou no país, a saída mais fácil que o governo e patrões encontraram para resolver seus problemas foi sacrificar os direitos dos trabalhadores e legalizar a prática de subempregos.

Já os trabalhadores, tiveram apenas duas opções, ou aceitavam as mudanças feitas pelo governo e pratões, ou iriam para rua.

As eleições eram a esperança para a classe trabalhadora, porém, uma onda de ódio que a muito vinha sendo alimentada por diversos candidatos mostrou sua face com a vitória do então candidato à presidência Bolsonaro, que representa o desprezo e intolerância pelas minorias e partes mais frágeis em um momento de negociação, apesar de termos que reconhecer, foi eleito pela população mais necessitada, e com certeza irão sentir rapidamente as consequências da chamada modernização das relações entre capital e trabalho que o presidente Bolsonaro pretende implantar nos primeiros dias do seu governo.

Perspectiva 2019

Antonio Silvan Oliveira – Presidente CNTQ

Já no início do ano, iremos realizar nosso processo eleitoral, em um momento de muita incerteza na estrutura sindical, principalmente em relação as confederações.

Acredito que neste cenário temos que continuar unidos e perseverantes principalmente buscando a unidade dos sindicatos em torno de um projeto nacional que contemple o setor químico como um todo.

Em relação aos desafios nos processos negociais ao longo do ano, tenho certeza que será maior do que já enfrentamos nas ultimas negociações, porem temos que considerar que também a nossa capacidade de lutar e alcançar os objetivos que pretendemos estão fortalecidos, graças a nossa ação coletiva que precisamos dar continuidade.

Aproveito para desejar em nome da direção da nossa confederação um natal de paz, saúde e fortalecimento da base familiar para podermos ter força necessária para continuar essa caminhada, e que possamos comemorar a chegada de mais um ano com alegria, entusiasmo e determinação e a certeza de que iremos superar todos os desafios.

Nossa união irá fazer a diferença.

Um forte abraço a toda família química, que Deus nos abençoe e nos proteja. 

 

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