Químicos avaliam o setor: números, dados, dificuldades e avanços, e benefícios governamentais sem contrapartidas para os trabalhadores

Nos dias 29 e 30 de maio a SNQ (Secretaria Nacional dos Setores Químicos da Força Sindical) realiza em Lagoa Santa, Minas Gerais, o “Encontro Nacional dos Setores Químicos”.

O evento reúne participantes de todo o Brasil, representando entidades sindicais dos segmentos industriais do ramo químico, nos segmentos químicos, papeleiro, borracha, etanol, plástico, farmacêutico, abrasivos, fertilizantes, instrumentos musicais e brinquedos, entre outros, para discutir e avaliar o momento atual do setor, frente aos números, dados e a situação, em relação a questões como desindustrialização, avanços e política de benefícios proporcionada pelo governo brasileiro, sem nenhuma contrapartida econômica e social para os trabalhadores.

“Frente a todas as dificuldades enfrentadas pela categoria química no Brasil, referendamos nossa união de esforças na luta pela valorização do trabalho no ramo químico, pela unificação de direitos e conquistas, em contribuição ao próprio desenvolvimento econômico e sócia da nação” diz Antonio Silvan Oliveira, presidente da CNTQ.

“Nossa discussão prioriza as necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras dos setores químicos, em defesa do emprego, saúde, segurança, e ampliação direitos e benefícios em todas as regiões do Brasil” declara Herbert Passos Filho, Secretário Geral da SNQ.

“Esse encontro em Minas Gerais é um marco muito importante na luta dos trabalhadores do setor químico em defesa da própria cadeia produtiva do ramo industrial químico” declara Vandeir Messias Alves, presidente do SINDLUTA MG.

“Somos testemunhas de diversos benefícios, proporcionados pelo governo, a grande parte do empresariado, seja em relação às medidas como a desoneração das folhas de pagamento, na redução de tarifas elétricas, que entre outras, possibilitaram um aporte respeitável, mas que foram tomadas sem qualquer tipo de participação dos representantes legais da classe trabalhadora, e sem nenhuma contrapartida para a grande massa de trabalhadores. A atual situação do setor químico necessita de uma discussão concisa e uniforme, com a participação de todos os representantes da cadeia produtiva nacional, junto com as autoridades, em que se pese todo o desenvolvimento econômico e social da nação” afirma Sergio Luiz Leite, 1º secretário da Força Sindical e presidente da FEQUIMFAR.

Categoria organizada

O evento está sendo realizado nas dependências do Hotel Ramada, em Lagoa Santa MG, com o apoio da Força Sindical, CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores nos Ramo Químico), SINDLUTA (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas Plásticas e Farmacêuticas de Belo Horizonte e Região, FEQUIMFAR (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo), DIEESE (Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos).

O Encontro tem como anfitrião Vandeir Messias Alves, presidente do SINDLUTA MG, e conta com a presença de lideranças e dirigentes sindicais de todo o Brasil, no ramo químico, que além de participar de uma série de palestras e discussões, coordenadas pelo secretário geral da SNQ, Herbert Passos Filho, e apresentadas por Edson Bicalho, secretário geral da FEQUIMFAR, referentes ao Panorama da Cadeia Produtiva Setor Químico no Brasil; Formação Profissional Frente às inovações da Cadeia Produtiva do Setor Químico, Defesa do Emprego, Direitos e Benefícios, realizam um trabalho conjunto para elaboração do “Programa Nacional de Organização da Cadeia Produtiva do Setor Químicos”.

Informações sobre o setor

Após a abertura do encontro, os presentes assistiram apresentação de Daniel Ferrer, representante do Dieese, que apresentou vários dados sobre a evolução da indústria química brasileira, que se encontra em sexto lugar no mundo, com faturamento de US$162 bilhões, atrás da Coréia, Alemanha, Japão, EUA e China.

De acordo com o Dieese, no Brasil, a indústria química gera 760 mil empregos e representa 10% do PIB industrial, 2,6% do PIB nacional, sendo o quarto maior setor no PIB industrial (dados de 2013).

Ainda assim, o setor enfrenta sérios problemas estruturais, visto que nos últimos anos, o défitic em produtos químicos cresceu 160,8%. Em 1990, o déficit de produtos químicos foi de US$ 1,2 bilhão, já em 2013, atingiu o recorde histórico de US$ 32 bilhões. Isso porque os produtos químicos tiveram um peso de 19% no total das importações de mercadorias pelo Brasil e de 6% no total exportado.

Por isso, a agenda a curto prazo do Plano Brasil Maior para a indústria química inclui a desoneração de matérias-primas de R$ 2,182 bilhões em 2014 e R$ 2,421 em 2015.

Contudo, quem mais sofre os problemas do setor é a classe trabalhadora, que possui pisos salariais baixos e mesmo assim não são respeitados; isso principalmente nas cidades de interior. Isso faz com que a rotatividade nas indústrias químicas seja alta. Segundo dados do Dieese, de 2007 a 2012, houve um aumento de 10,69% nos desligamentos sem justa causa e uma redução de 3,14% nos términos de contrato. No mesmo período, os desligamentos a pedido do trabalhador cresceram 41,26%.
Além disso, outro problema é a falta de qualificação profissional dos trabalhadores do setor. Dados do Dieese revelam que apenas 59% dos trabalhadores ativos possuem ensino médio e entre os trabalhadores desligados, o índice é de 46,9%.

Fonte: com informações da Imprensa do SINDLUTA.

 

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