A importância da saúde e a segurança no trabalho

DSC_0660-site O mestre em Educação e assessor de escola sindical, Sabino Bussanello, colocou na pauta do dia da 1ᵃ Plenária Regional Sul do Ramo Químico, o grave problema do acidente de trabalho. “O valor social dele é importante na formação do ser humano, pois quando alguém não está empregado é tratado como marginal”, enfatizou. Porém o sistema capitalista, principalmente no Brasil, é marcado pela concentração da riqueza. “No ano de 2002 tínhamos seis bilionários, hoje esse número chegou a 56”, calculou.

Atualmente o capitalismo do mercado brasileiro é marcado por alta rentabilidade econômica, exportação de matéria-prima, juros altos, metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário. “Nosso Estado depende do estágio de formas produtivas e econômicas, num projeto de neoliberalismo e desenvolvimento”, explicou.

O outro lado da moeda desse processo, na avaliação de Bussanello, é o grande número de pessoas acidentadas no interior das fábricas. O Brasil, segundo ele, é o quarto colocado neste campeonato macabro. “Em 2012 tivemos 705 mil ocorrências. De cada dez funcionários acidentados, oito eram terceirizados”, calculou.

DSC_0639-siteÉ tão grave o problema, explica ele, que em 2012 tiveram ferimentos nos punhos 9,98% dos empregados vítimas de acidente de trabalho, 6,99% fraturaram as mãos e 30,05% machucaram os dedos.

“Santa Catarina ocupa infelizmente o primeiro lugar nesta triste modalidade. De 48 pessoas residentes nesse estado, sete já sofreram algum tipo de acidente enquanto trabalhavam. O catarinense adoece 48 vezes mais do que em outras regiões do Brasil, por causa dos acidentes de trabalho”, descreveu.

O ano de 2013, de acordo com Bussanello, ficou marcado nas páginas da imprensa local. “Tivemos 31 mortos na cidade de Joinville em 90 dias por causa desse tipo de ocorrência no interior das empresas”, afirmou. Bussanello explica que em Santa Catarina as mulheres são as maiores vítimas da Ler/Dort. “De casa dez empregados afetados, oito são mulheres. Elas são maioria nos casos de afastamentos por problemas mentais”, disse.

DSC_0656-siteO problema nos acidentes de trabalho avalia Bussanello, além da perda de vidas e invalidez, é o alto custo. Pelos cálculos da OIT (Organização Internacional do Trabalho) 4% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial calculado em US$ 2,8 trilhões (R$ 8,4 trilhões) são consumidos neste tipo de ocorrência.

A raiz dessa fatalidade é que o sistema capitalista é baseado no lucro, política oportunista, mídia golpista e judiciário parcial. “Além de criar um exército de inválidos, sempre está  reinventando estratégias de produção conhecidas como Fordismo, Taylorismo, Toyotismo etc”, enumerou. Para tentar neutralizar essa grave questão, as entidades sindicais de Santa Catarina passaram a realizar diversas atividades, como atos públicos, passeatas e audiências, mostrando à população que as pessoas precisam trabalhar para viver e não contrário.

“Dentro dessa proposta criamos o disk prevenção acidente de trabalho e o ranking de empresa que mais provocam essas ocorrências. Criamos um raio-x da saúde do trabalhador em Santa Catarina, denunciando práticas nocivas que matam, adoecem e acidentam no interior das fábricas”, finalizou. (Luís Alberto Alves/Comunicação CNTQ)

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*

Please copy the string hL6Fnz to the field below: