Diversos sindicatos estiveram presentes à assembleia na porta da Heringer em Ourinhos (SP)

Presidente do Sindicato dos Químicos de Ipaussu (SP), José Carlos de Paula ao lado de Plínio Henrique, da mesma entidade, durante a assembleia hoje (9) de manhã

Luís Alberto Alves/Comunicação CNTQ

  Às 7h da manhã (9) de hoje os trabalhadores da Heringer/Ourinhos (SP) participaram de assembleia de esclarecimento a respeito do pagamento da PLR. Companheiros de vários sindicatos estiveram presentes: Sindiquímicos Guarulhos, Stiquimfar Uberaba (MG), Metabase Catalão (GO), Químicos de Itapetininga, Químicos de Bauru, além de representantes da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico) e Fequimfar (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Est. de SP).

O 1⁰ secretário do Sindicato dos Químicos de Ipaussu (SP), Plínio Henrique, lembrou que a Heringer não pode continuar batendo na mesma tecla do prejuízo com a abertura de várias filiais pelo Brasil. “Que prejuízo é este com tanto caminhão carregado entrando e saindo desta fábrica? Além do mais ninguém trabalha para jogar a empresa no vermelho, mas para gerar lucro, aliás molha a camisa de suor para o empregador ganhar mais dinheiro”, criticou.

O presidente do Sindicato Metabase de Catalão, Arnaldo Antunes; ao seu lado esquerdo Sebastião dos Santos Junior, diretor do Stiquimfar de Uberaba (MG)

O presidente do Sindicato dos Químicos de Ipaussu (SP), José Carlos de Paula, deixou bem claro que não aceita assinar o acordo de PLR com a cláusula de acúmulo de prejuízo. “Todo ano é mesma coisa. Lutamos é pelo direito justo da PLR. O trabalhador contribuiu para empresa aumentar seus lucros e nada mais justo do que ter esse dinheiro nas mãos. Alerto que o sindicato não paga o salário, mas defende um salário digno. Por isso não acatamos essa cláusula de acúmulo de prejuízo”, destacou.

Do Sindicato dos Químicos de Itapetininga, Jozemar Barros da Silva apoia o ponto de vista da diretoria dos Químicos de Ipaussu. “Estamos solidários a vocês companheiros e não aceitamos comer só o farelo do balo, mas a fatia completa, pois é fruto do trabalho”, disse. O diretor do Stiquimfar de Uberaba (MG), Sebastião dos Santos Junior, frisou que na filial da Heringer na sua base também não houve concordância para assinar o acordo de PLR com a cláusula de acúmulo de prejuízo. “Ali, durante assembleia, deixamos bem claro, que a nossa diretoria não aceita essa história de o trabalhador dividir o prejuízo da Heringer todo ano”, criticou.

Buraco na entrada da fábrica da Heringer/Ourinhos (SP) e acesso de mão única podem provocar acidentes de trabalho

O presidente da CNTQ e do Sindiquímicos Guarulhos, Antonio Silvan Oliveira, não pode estar presente nesta assembleia na porta da Heringer, mas por telefone elogiou a união dos sindicatos envolvidos nesta batalha de não assinar o acordo de PLR proposto pela empresa com a cláusula de acúmulo de prejuízo. “Só com luta é que alcançaremos as conquistas. Importante é manter a unicidade para forçar a Heringer a negociar de outra forma”, destacou.

A portaria de acesso da Fertilizantes Heringer, em Ourinhos (SP), mostra o quanto a empresa respeita seus funcionários. Num portão ao lado, onde entram caminhões, diante dele parte do asfalto afundou, anunciando o surgimento de uma cratera que pode provocar acidentes nos trabalhadores que passam de carro ou moto pelo local. A entrada é um corredor de mão única, com parte da cerca tirando a visão de quem está saindo. A pressa pode provocar sérios acidentes naquele local.

Trabalhadores assistem à assembleia de esclarecimento do porquê o sindicato não aceita a “cláusula de acúmulo de prejuízo” no pagamento da PLR

Tribunal Regional do Trabalho

O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) reitera que mesmo sem a empresa ter obtido lucro, os magistrados ressaltam que a obrigação dessa remuneração nem sempre está vinculada aos resultados financeiros. “Embora a companhia não tenha atingido valores financeiros vantajosos, ela tem que olhar também para o resultado do trabalhador”, disse o presidente da Seção de Dissídios Coletivos do TRT/SP – 2ª Região, desembargador Rafael Pugliese. Na avaliação do jurista, o benefício (PLR) não deveria ser visto como um dispêndio, mas como um investimento “uma aposta para um retorno maior ao empreendimento”.

 

 

 

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