Nuvens escuras sobre o 1ᵒ de Maio

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Antonio Silvan Oliveira – Presidente CNTQ

Estamos próximos do dia 1ᵒ de Maio, data de reflexão para maioria dos trabalhadores. Época propícia a pensarmos profundamente na situação política e econômica em que o Brasil e o mundo atravessam. É preocupante quando um gigante igual a China começa tirar o pé do acelerador do crescimento, principalmente por ter uma população acima de 1 bilhão.

Nosso país não vive bom momento. A atual crise política repercutiu na área da economia, contribuindo de forma negativa no segmento industrial e provocando redução de empregos. Nem o aumento da porcentagem do etanol à gasolina e alta nos preços dos combustíveis impactou de forma positiva nos salários dos trabalhadores deste seguimento durante negociação com os empregadores.

A restrição ao crédito de mãos dadas com a alta da taxa Selic, que não para de subir, repercutem nas campanhas salariais. Em várias regiões do Brasil, como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná se tornaram rotina o fechamento de usinas de álcool e açúcar, aumentando o número de demitidos.

Em vez de investir no consumo interno, como fez o presidente Lula durante a crise que se abateu sobre o mundo em 2008, hoje a nossa economia engata marcha à ré, privilegiando o capital especulativo em vez de acenar com medidas positivas ao segmento produtivo, contribuindo na geração de empregos.

Não é preciso ser entendido em finanças para conhecer o resultado indigesto de juros altos somados a desemprego e fechamento de empresas.  Multidão de desempregados e comércio vendendo pouco, por causa do dinheiro ter desaparecido da carteira do trabalhador.

É preciso movimentar a economia interna para não corrermos o sério de risco de mergulharmos no mesmo mar em que se encontram Grécia e Espanha, ambos os países com grande número de pessoas sem trabalho, contribuindo para sérios problemas sociais.

As recentes negociações que tivemos com seguimentos farmacêutico, etanol e em algumas regiões do Brasil, setor plástico, mostram que o melhor caminho a seguir é fazer o consumo interno voltar a subir, como ocorreu sete anos atrás na gestão do presidente Lula. Do contrário este dia 1ᵒ de Maio será o presságio de nuvens bem escuras sobre a nossa economia e classe trabalhadora.

 

 

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